segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

O tempo não pára: feliz 2008!


Cazuza o Tempo não pára

Desejo que essa inquietação do tempo esteja em nossas almas no melhor dos sentidos, que haja um campo aberto à criação. Que sejamos ávidos, perenes, fortes de mente. E que a solidão - que insiste e persiste - não abale nem os corações mais frágeis. Que em 2008 haja muita luz em nossos caminhos.
Feliz vida nova!
*
Interlúdio

As palavras estão muito ditas
e o mundo muito pensado.

Fico ao teu lado.

Não me digas que há futuro
nem passado.
Deixa o presente — claro muro
sem coisas escritas.

Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.

Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.

Fico ao teu lado.


(Cecília Meireles)
*

Futuros amantes


Chico Buarque fala sobre os Futuros Amantes
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sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

A Força Que Nunca Seca

"There's a force stronger than nature
Keeps her will alive
That's how she's dying
She's dying to survive
Don't know what she's made of
I would like to be that brave".


Pearls - Sade

*
"E a força nunca seca
Pra água que é tão pouca".
Chico César & Vanessa da Mata

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Guardar-se o que se quer guardar



GUARDAR

Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.

Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.

Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.

Por isso melhor se guarda o vôo de um pássaro
Do que um pássaro sem vôos.

Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
(Antonio Cicero)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Momento: 'tudo' é o que você tem.
Adriana Schimit

Let me know the way

"The long and winding road
That leads to your door
Will never disappear
Ive seen that road before
It always leads me her
Lead me to you door".


The Beatles - The Long and Winding Road

A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não

Foto: Adriana Schimit

"Quem me chamou
Quem vai querer voltar pro ninho
E redescobrir seu lugar
Pra retornar
E enfrentar o dia-a-dia
Reaprender a sonhar
Você verá que é mesmo assim, que a história não tem fim
Continua sempre que você responde sim à sua imaginação
A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não
Você verá que a emoção começa agora
Agora é brincar de viver
E não esquecer, ninguém é o centro do universo
Que assim é maior o prazer".

(Brincar de Viver na voz de Maria Bethânia).
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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Poema de Natal

Foto: Tony Lindner
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Natal é um tempo de espera, mudanças, frutos a nascer. Tempo de criatividade, boas vibrações e do esquecimento - mesmo que temporário – de todas as desavenças, miudezas e da falta de caráter humana. É tempo de olhar o que foi e preparar o que está por vir. Nesse caminho, o coração é aquele que mais sofre com tantas possibilidades: é muita esperança que pode, sim, se tornar frustração no final. Mas Natal é avesso à frustração. Natal é coragem, tempo de "pagar para ver" (trocadilhos à parte), de começo, simpatia...No Natal é onde somos mais do que entendemos ser. Uma pena só entendermos isso uma única vez no ano. Que a vibração exista e persista durante todo o ano! Que tentemos ser melhores sempre...
Feliz Natal!
:)

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POEMA DE NATAL

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

(Vinicius de Moraes in "Antologia Poética", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 147).
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domingo, 23 de dezembro de 2007

Saravá

"Pergunte ao seu Orixá o amor só é bom se doer...Vai, vai, vai, vai, amar. Vai, vai, vai, sofrer. Vai, vai, vai, vai, chorar. Vai, vai, vai, dizer".
(
Baden Powell e Vinícius de Moraes).


Fabiana Cozza -
Canto de Ossanha

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Feito bailarina


Chico Buarque e Caetano Veloso - Tatuagem/ Esse Cara

"Isso é uma revelação incrível da pessoa. E você em todas as suas letras no feminino são geniais, são impressionantes! Falam que é a ânima da pessoa. (...) Porque você revela um outro negócio teu, que não é ego, que é do céu, que é grande. É lindíssimo! Suas mulheres, essas mulheres de dentro de você são lindas"...
(Caetano Veloso, 1978).
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Quebrar ou não quebrar o cofrinho?

Hoje tive uma grata surpresa: Ney Matogrosso no Canecão no dia 03 de janeiro! Tenho preguiça de shows, é verdade. Gosto do Ney e vi uma palhinha deste show enquanto trabalhava... Sensacional! Seja como for, agora, quem sabe, terei a chance de ver com calma essa maravilha de espetáculo. Só espero estar animada até lá...


Rosa de Hiroshima
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terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Título da Vogue

Sem dúvida alguma, este foi o ano do ator Wagner Moura, que colhe os frutos de escolhas acertadas feitas em 2007; primeiro seu personagem Olavo, em Paraíso Tropical, caiu nas graças do público, e depois, foi a vez do filme Tropa de Elite, como o Capitão Nascimento. Isso, claro, sem contar as inúmeras campanhas publicitárias antes , durante e depois de cada projeto. A boa da vez foi o título de Homem Vogue do Ano e um ensaio fotográfico feito por Bob Wolfenson ao som de Red Hot Chili Peppers... Outras fotos e informações aqui.
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segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Post de "catiguria" 2


Bebel & Alice

Impagável.

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Post de "catiguria" 1


Bebel & Olavo - a cena do ano

O final é over, mas estamos falando de Paraíso Tropical - uma novela das oito. Sim, eu assisti, embora não tenha visto esta cena, mas a tecnologia está aí e que bom que esteja! Só assim é possível ver e rever cenas como essa...

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sábado, 15 de dezembro de 2007

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Haja paciência


Acho engraçada - isso para não dizer patética - a história dos EUA afirmarem que não fazem uso de tortura. Todo mundo sabe que isso não é verdade – até a ONU sabe disso, mas faz vistas grossas e não é difícil imaginar o por quê. No Brasil é a mesma merda. Fala-se em “técnica” ao invés de “tortura”. Mas é apenas um jogo de palavras. Na prática, é tudo a mesma coisa. Agora, dizer que os investigados (torturados) são pouco cooperativos, por favor! Aliás, essa é a condição da minha paciência na atualidade, "pouco cooperativa".
Leia aqui a reportagem.
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terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Losing game

Amy Winehouse fez um novo clip, a bela canção da vez é Love is losing game, disponível aqui. Nesse clip, as imagens parecem antigas e melancólicas, até o Blake Fielder-Civil - o marido doidão que está preso - aparece em vários momentos.

Sem dúvida um belo registro para Amy.

Quis comentar o fato, porque diferente de muitos que conheceram Amy pelo hit Rehab, o meu primeiro contato foi justamente Love is a losing game, com o vídeo que disponibilizo abaixo. Vejam o que eu vi. Simplesmente maravilhoso!

Na época, lembro, o que mais me impressionou foram os olhos cheios d’água, e a canção rasgada como um canto de dor. E era.
Enjoy!



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Curiosidades sobre a cafeína

Excesso de cafeína pode deflagrar crise de pânico

É o que diz a reportagem da UOL Ciência e Saúde de hoje. De acordo com um
estudo realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sobre o excesso da cafeína no organismo, o consumo desenfreado dessa substância , pode desencadear crises em portadores da síndrome do pânico. E os sintomas são: dor no peito, palpitação, dificuldade para respirar, sensação de desmaio, tremores, sudorese excessiva, tonteira e sensação de morte iminente. É sempre válido lembrar que o vilão não é só o cafezinho, a cafeína também está presente no chá, refrigerantes e chocolate.

Ficou com medinho? Pois é bom ficar mesmo! Clica aqui, ó, e leia a reportagem na íntegra.

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O mundo é o mar


Alejandro Sanz - Quisiera ser

É engraçado como uma canção pode mexer com o nosso imaginário e nos transportar para um lugar cativo, seja no passado ou no futuro. Sim, foi-se o tempo em que eu escutava todos os dias essa canção do acústico. Era um abrigo para o chamado agora. E os primeiros acordes me transportavam para uma praia paradisíaca, com direito a drink refrescante e um mar imenso de frente. Pensava no meu corpo relaxado na canga branca, os pés para fora cheios de areia - um verdadeiro ensaio a la bife à milanesa -, o vento suave no rosto, chapelão e óculos escuros, o barquinho. Tudo bem clichê, como as propagandas do leite Molico: todo mundo de branco e feliz. Hoje escutei de novo a canção e a sensação foi a mesma de antes...

"Tufões violentos
E arrebentação
Hoje é calmaria
Que dorme dentro do coração
Velhos marinheiros do mar da Bahia
O mundo é o mar
Maré de lembranças
Lembranças de tantas voltas que o mundo dá".

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Salve, Bethânia!

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Comigo agora é assim:

First moment:
Second moment:
"Há duas coisas infinitas: o Universo e a tolice dos homens".
Albert Einsten

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quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007


Arnaldo Antunes / Debaixo D'Água

"Uma coisa de cada vez
tudo ao mesmo tempo agora".
(Arnaldo Antunes in Uma coisa de cada vez )

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terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Fito Paez y Mercedes Sosa


Yo vengo a ofrecer mi corazón
(...)

No será tan fácil, ya sé qué pasa,
no será tan simple como pensaba,
como abrir el pecho y sacar el alma,
una cuchillada del amor.

Luna de los pobres siempre abierta,
yo vengo a ofrecer mi corazón,
como un documento inalterable
yo vengo a ofrecer mi corazón.

Y uniré las puntas de un mismo lazo,
y me iré tranquilo, me iré despacio,
y te daré todo, y me darás algo,
algo que me alivie un poco más.

Cuando no haya nadie cerca o lejos,
yo vengo a ofrecer mi corazón.
cuando los satélites no alcancen,
yo vengo a ofrecer mi corazón.

Y hablo de países y de esperanzas,
hablo por la vida, hablo por la nada,
hablo de cambiar ésta, nuestra casa,
de cambiarla por cambiar, nomás.

¿Quién dijo que todo está perdido?
yo vengo a ofrecer mi corazón.
(Fito Paez)
*
Lindo!
***

Incapacidade cognitiva

Alexandre O´Neill, in Poesias Completas, pp.103
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2007


Das coisas que eu não entendo:






  1. Agora tudo é 'online'. Ninguém mais se fala.
  2. Ócio total: passo o dia descabelada, sem nada para fazer, esparramada na cama. O telefone toca. Corro para atender, quando chego perto, ele pára de tocar.
  3. Volto pra cama, relaxo outra vez. O telefone volta a tocar. Corro para atender, atendo. É engano.
  4. Algumas pessoas ligam para os outros e falam, falam, falam. Quando é a vez do outro falar, elas interropem com conversinhas paralelas em chats de msn. Fico passada.
*

Estardalhaço


Hedwig and the angry inch - Origin of love

Quem poderia pensar com esse estardalhaço chamado amor ao pé do ouvido? A renúncia – a parte negra que ninguém conta nas belas histórias – é o que mais dói: o ato de deixar alguém ir. Agora sei porque tantas metades vagueiam pelas madrugadas batendo umas às outras, na doce esperança de fazerem algum sentido. Elas não querem estar dormentes. Procuram por algo que já não existe mais. Não do jeito que era. O amor não dá garantias, ele apenas está, seja por perto ou em alguma terra distante. Eis a “justiça” praticada pela vida. Escolher é um ato solitário. Um sempre cede para que o outro possa dar um passo à frente. E quem fica - sim, porque alguém sempre fica no meio do caminho – procura pelas frestas de quem foi na esperança de ir também, só que desta vez, junto.
"O coração, se pudesse pensar, pararia."
*