quarta-feira, 18 de julho de 2007

O Mar


Homem livre, tu sempre gostará do mar
Charles Baudelaire


Hoje sentei na areia da praia e fiquei observando o mar por quase uma hora.

Imaginei muitas coisas e ao mesmo tempo o pensamento ia solto, solto. Tentei imaginar a minha primeira impressão do mar, qual teria sido o meu espanto ao ver tanta água? Eu não conseguia lembrar. Não conseguia.

E pensei no difícil hábito de ver uma coisa como se fosse a primeira vez. A possibilidade concedida aos olhos que é a grandenza da estréia, do sempre novo, embora estejamos falando de algo conhecido.

Pensei no tanto de água e oceanos que separam continentes e pessoas. Algumas almas se encontram e seguem nessas terras, nessas águas, caminhos distintos. E é uma fatalidade de sorte, eu diria, já que outras nunca irão se encontrar nem em pensamento.

Pensei em mim no desenho disso tudo. E me senti pequena, sem forças.

A imagem agora é a vista da praia na sua totalidade. Duas crianças brincam na água, catam tatuí. Lembrei que fazia isso também. Aquelas perninhas espertas desses bichos, éca! Cosquinhas na palma da mão. Era maravilhoso. E sorri sozinha.

Amar e ser amado: eis o 'por enquanto' da vida.
Eu sempre esqueço que as histórias acabam.

Como é possível saber com o quê preencher a saudade que vem? Nem imagino...


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