sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Hoje eu acordei assim...

You can tell by the way, she walks that she's my girl
You can tell by the way, she talks that she rules the world.
You can see in her eyes that no one is her chain.
She's my girl, my supergirl.

And then she'd say, it's Ok, I got lost on the way
but I'm a supergirl, and supergirls don't cry.
And then she'd say, it's alright, I got home late tast night,
but I'm a supergirl, and supergirls just fly.

And then she'd say that nothing can go wrong.
When you're in love, what can go wrong?
And then she'd laugh the nightime into day
pushing her fear further long.

And then she'd say, it's Ok, I got lost on the way
but I'm a supergirl, and supergirls don't cry.
And then she'd say, it's alright, I got home, late last night
but I'm a supergirl, and supergirls just fly.

And then she'd shout down the line tell me she's got no more time
'cause she's a supergirl, and supergirls don't hide.
And then she'd scream in my face, tell me that leave, leave this place
'cause she's a supergirl, and supergirls just fly

Yes, she's a supergirl, a supergirl,
she's sewing seeds, she's burning trees
She's sewing seeds, she's burning trees,
yes, she's a supergirl, a supergirl, a supergirl, my supergirl...

Reamonn - Supergirl

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Metade

Quando é preciso calar as palavras
em respeito ao silêncio que a reflexão traz,

o poema fala aos olhos o que a boca não diz...
As partes em negrito são grifos meus.

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.

(Oswaldo Montenegro)


terça-feira, 14 de agosto de 2007

E a festa acabou...

Natalie Wood

Aulas começando, estresse, estágio, matérias, Parapan. O bom disso é que - de vez - muitas coisas ficarão para trás. Tempo do novo!

Quarta-feira escreverei minha primeira matéria sobre câmeras e sistemas de segurança do Instituto onde estagio. Pois é, o bicho pega até lá! E eu – babimente – cheguei a acreditar que nesses lugares onde deficientes trocam informações sobre como viver melhor e descobrem habilidades, aprendem profissões, recebem atendimento gratuito médico e ajuda psicológica e tal, fossem mais calmos e libertos dessa porcaria de violência que assola o País. Na boa, constatar que é da natureza humana esse desejo tão forte pelo o que é do outro, assim como os pequenos e grandes delitos, o abuso sexual, a má fé...foi tanta informação para o meu 386, que fiquei fora de foco - igual ao personagem de
Woody Allen em Deconstructing Harry, 1997.

Quanto recebi os relatos que não poderão constar em pauta obviamente – e imagino porquê – pensei rapidamente em lugares seguros que conhecia e naquele momento, não consegui imaginar nenhum. Aquele ERA um lugar seguro para mim.

E no final da conversa 'amistosa' ainda fui advertida: cuidado ao sair tarde daqui, não é seguro. Ok. Anotado o recado.



terça-feira, 7 de agosto de 2007

Qual a diferença?

"Ter um corpo: eis a grande ameaça para o espírito".
Marcel Proust

Segunda, logo cedo, fui a uma reunião sobre a cobertura do Parapan 2007, realizada pela Unimed - uma das patrocinadoras do evento. Confesso ter me mantido alheia à qualquer manifestação ou notícia desse primeiro Pan de atletas sem deficiência. E curiosamente – por uma dessas brincadeiras do destino – hoje estou trabalhando na cobertura do Parapan.

Muitas imagens ilustraram nosso encontro matinal. Explicações, às vezes confusas, sobre a diferença nas avaliações e provas exigiram de todos os jornalistas presentes, uma atenção especial. Nas disputas, muitas nomenclaturas definem a deficiência dos atletas, assim como as adaptações e exceções de cada esporte. Foi um aprendizado.

Cenas fortes como a de um rapaz que, mesmo sem os braços, salta na piscina, utilizando-se apenas das pernas como ferramenta propulsora, me marcaram. Pode parecer besteira, viadagem minha, mas eu nunca tinha visto nada igual e acredito que muitos colegas jornalistas que lá estavam, também.

A grande questão dos organizadores, assim como da imprensa, nesse encontro, era simples: como “vender” o parapan? A sociedade acostumada a ver pessoas sem deficiência atingindo seus recordes, talvez não imagine que outros, com deficiência, consigam os mesmos resultados. São pessoas que superaram não só os números, mas a falta de estrutura e buscaram na adaptação, o melhor recurso para não estarem em desvantagem. Essa é a questão: deficiente visual, físico, mental, paralisados cerebrais, amputados, cadeirantes não são coitados. São pessoas que, através de esforços pessoais, se adaptaram a um mundo que, embora saiba da diferença, não se comove ou presta nenhum serviços para facilitar às suas vidas. Não há desvantagens no potencial, e sim, na estrutura garantida pelo governo e pelos patrocinadores.

Não adianta remar contra, essa foi a impressão que tive. Apontar o erro nem de longe vai resolver o problema. Então, o negócio é arregaçar as mangas e começar o trabalho! Esse será o espírito do Parapan.