quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Sweet dreams that leave all worries behind you
Ella Fitzgerald - "Dream a Little Dream of Me" - 1964
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Nat Cole - Where Or When - 1957
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It seems we stood and talked like this before
We looked at each other in the same way then
But I can't remember where or when.
The clothes you're wearing are the clothes you wore
The smile you are smiling you were smiling then
But I can't remember where or when
Some things that happen for the first time
Seem to be happening again
And so it seems that we have met before
And laughed before and loved before
But who knows where or when.
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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Os Três Mal-Amados
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
As falas do personagem Joaquim foram extraídas da poesia "Os Três Mal-Amados", constante do livro "João Cabral de Melo Neto - Obras Completas", Editora Nova Aguilar S.A. - Rio de Janeiro, 1994, pág.59.
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Quando mais nova li este texto do João Cabral de Melo Neto e não entendi patavinas. Não imaginava que um sentimento pudesse "comer" as coisas do cotidiano, as reações, as lembranças de uma pessoa. Não imaginava que ele - o amor - fosse tão poderoso. O mais engraçado foi descobrir isso depois de velha... Mas "há tempo para tudo debaixo do céu". E isso é uma verdade.
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domingo, 27 de janeiro de 2008
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Signo da Cidade
Sozinho Na Cidade - letra de Bruna Lombardi e Música de Carlos Alberto Riccelli - Voz: Caetano Veloso.
“Ainda queria dizer tanta coisa, mas não deu”.
O que é a distância? Você consegue explicar? Eu não. Estou aqui e a solidão me persegue, mas confesso estar me habituado à ela, e deveria? Cada um e suas escolhas, como o teu olhar afeta o meu? E deveria? Uma cidade inteira, milhares de pessoas e luzes: eu aqui, você aí. Como estrelas no céu, a idéia daquilo que não podermos tocar. As fotos, a lembrança. Esse “agora” é o nosso “estar”. E deveria? “Ainda queria dizer tanta coisa, mas não deu”. Simplesmente não deu.
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Beth Carvalho canta "As Rosas Não Falam" (Cartola) - 1981
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quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda.
E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria - e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa.
Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente. (…) Talvez eu tenha que chamar de “mundo” esse meu modo de ser um pouco de tudo. Como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza? Enquanto eu imaginar que “Deus” é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar.
Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus. Eu, que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escadalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu.
Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo de minha vida maior não se fará. Enquanto eu inventar Deus, Ele não existe.
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quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Madredeus - Oxalá
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Ps.: Antes que pensem errado, gostaria de mencionar que as coisas que escrevo aqui não são recados - apesar de serem textos curtos ou pequenas frases. São apenas subjetividades minhas e só. Se alguém encontrar 'cabelo em ovo', por favor, me avise.
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You've ever known
I am the dullest woman you've ever known.
I'm the most gorgeous woman you've ever known
And you've never met anyone as, as everything as I am sometimes.
You see everything, you see every part
You see all my light and you love my dark
You dig everything of which I'm ashamed
There's not anything to which you can’t relate
And you’re still here".
Alanis Morissette | Everything
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terça-feira, 22 de janeiro de 2008
com seus olhos cediços,
põe caco de vidro no muro
para o amor desistir.
O amor usa o correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.
O amor pega o cavalo,
desembarca do trem,
chega na porta cansado
de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena,
pede água, bebe café,
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã.
Tudo manha, truque, engenho:
é descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo.
Mas água o amor não é.
Adélia Prado
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
domingo, 20 de janeiro de 2008
I wish you could swim
David Bowie - Heroes (live)
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I-I wish you could swim
Like the dolphins-like dolphins can swim
Though nothing-nothing will keep us together
We can beat them-for ever and ever
Oh we can be heroes-just for one day
I-I will be king
And you-you will be queen
Though nothing will drive them away
We can be heroes-just for one day
We can beat them-just for one day
I-I can remember
Standing-by the wall
And the guns-shot above our heads
And we kissed-as though nothing could fall
And the shame-was on the other side
Oh we can beat them-forever and ever
Then we could be heroes-just for one day
We can be heroes
Just for one day
We can be heroes
We're nothing, and nothing will help us
Maybe we're lying, then you better not stay
But we could be safer, just for one day
Oh, oh, oh, ohhh-oh, oh, oh, ohhh, just for one day
Oh, just for one day
sábado, 19 de janeiro de 2008
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Film Noir
Dance Me to the End of Love(Leonard Cohen)- Madeleine Peyroux
"Let me see your beauty when the witnesses are gone
Let me feel you moving like they do in Babylon
Show me slowly what I only know the limits of
Dance me to the end of love".
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Momento Walt Disney
Disney - Special DTV Romancin' - 1986
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Pra quem curte desenhos de boa qualidade, uma dica: a Rede Record está reprisando alguns episódios do Snoop no início da tarde, vale conferir.
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It's a multitude of angels
Eurythmics - There Must Be An Angel (Playing With My Heart)
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Tudo!
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Affê, posso com isso não...
Andy Warhol's "Kiss" (1963)
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Por favor, um balão de oxigênio e um copo d'água...
;-)
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Saudade
Brave Heart
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Ausência
por Carlos Drummond de Andrade
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
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segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
Brother is brother
The Straight Story - Final Part
by David Lynch
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Soluço do Flickr
sábado, 12 de janeiro de 2008
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Enxergar
Pareceu-lhe uma boca banguela.
E eu menos a conhecera mais a amara?
Sou cego de tanto vê-la, te tanto tê-la estrela
O que é uma coisa bela?
O amor é cego
Ray Charles é cego
Stevie Wonder é cego
E o albino Hermeto não enxerga mesmo muito bem".
Caetano Veloso - O Estrangeiro
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Clap your hands
Quando trabalhava em um curso de inglês, há séculos atrás, assistia uma fita do Grammy Awards every single day e a apresentação da Whitney era a minha favorita! Tinha uma fita do Sinatra também, qualquer dia encontro algum registro. Doideira mesmo. Eu amava. Assistia como se fosse a primeira vez - chorava e tudo! A sensação era essa: de estréia, de primeira vez. Eis a apresentação fantástica, enjoy!
Whitney Houston - One Moment In Time (Grammy Awards Live)
" I want to be a day to give the best of me
I'm only one, but not alone
My finest day is yet unknown
I broke my heart for every gain
To taste the sweet, I faced the pain
I rise and fall,
Yet through it all this much remains".
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Outra pérola: My love is your love, disponível aqui.
"Cause your love is my love
and my love is your love
It would take an eternity to break us
And the chains of Amistad couldn't hold us
If I lose my fame and fortune
And I'm homeless on the street
And I'm sleepin' in Grand Central Station
It's okay if you're sleepin' with me
As the years they pass us by
we stay young through each other's eyes
And no matter how old we get
It's okay as long as I got you babe
(...)
If I should die this very day
Don't cry, cause on earth we wasn't meant to stay".
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quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
"Eu fica fora de mim", Arnaldo Antunes
Medo de mim.
Arnaldo Antunes - Fora de Si
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...certamente com a cabeça em coalas e cangurus.
;-)
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segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Te amo!
;-)
Under Pressure performed by David Bowie & Annie Lennox.
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Até a volta...
;-)
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sábado, 5 de janeiro de 2008
Vide Cor Meum
Mi sopragiunse uno soave sonno (Me vêem sonhos suaves)
Ela: Ego dominus tuus (Eu sou seu mestre)
Vide cor tuum (Veja seu coração)
Ele: E d'esto core ardendo (core ardendo) (E este coração ardente)
Ela: Cor tuum (Seu coração)
Coro: Lei paventosa (Ela treme)
Ele: Umilmente pascea. (Come obedientemente)
Ela: Appreso gir lo ne vedea piangendo. (Com pesar eu o vi se afastar de mim)
Ele: La letizia si convertia (A alegria é convertida)
In amarissimo pianto (Em amargas lágrimas)
Ela: Io sono in pace (Eu estou em paz)
Ele: Cor meum (Meu coração)
Ela: Io sono in pace (Eu estou em paz)
Ele: Vide cor meum (Veja meu coração)
Coro: Vide cor meum (Veja meu coração)
Cor meum (Meu coração)
Vide cor meum (Veja meu coração)
(Trecho de La Vita Nuova, Dante Alighieri, na ária composta por Patrick Cassidy para o filme Hannibal).
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quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
I will sell my soul for something pure and true
#1 Crush Garbage
I would die for you
I would kill for you
I will steal for you
I'd do time for you
I would wait for you
I'd make room for you
I'd sail ships for you
To be close to you
To be a part of you
'Cause I believe in you
I believe in you
I would die for you.
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